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Por que o Brasil sofre tanto com golpes digitais?

Desde que o coronavírus instituiu as palavras pandemia, lockdown, quarentena e isolamento em nosso vocabulário diário, boa parte da vida comum teve de se adaptar às medidas de restrição e migrar para o mundo virtual. Golpes, estelionatos e outros crimes, infelizmente, também seguiram o movimento, soando o alarme para que mais medidas de segurança se fizessem necessárias.

Em 2021 conforme uma pesquisa de consultoria alemã, o Brasil é o 5º país que mais sofreu com crimes e golpes virtuais. Em relação ao vazamento de dados e de acordo com a empresa de cibersegurança holandesa Surfshark, o país é o 6º colocado neste tipo de ação.

Segundo o levantamento da Serasa Experian, somente no mês de fevereiro deste ano 326.290 brasileiros sofreram tentativas de golpes, o equivalente a uma vítima a cada 7 segundos.

Em resposta, bancos e instituições financeiras vêm investindo em segurança e mecanismos de proteção de usuários contra fraudes e golpes. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que as instituições investem, anualmente, cerca de R$ 25,7 bilhões em tecnologia, dos quais 10% são voltados à cibersegurança.

“Os bancos associados à Febraban contam com o que há de mais moderno em relação à segurança cibernética e prevenção a fraudes, como mensageria criptografada, autenticação biométrica e tokenização, e usam tecnologias como Big Data, analytics e inteligência artificial em processos de prevenção de riscos”.

Sem contar que um dos golpes mais comuns é justamente aquele em que o cibercriminoso se passa por um funcionário do banco para extrair informações sigilosas da conta. Segundo especialistas, o conselho máximo é se certificar de que se trata de uma conta oficial da instituição bancária antes de fornecer qualquer tipo de dado.

De acordo com o cybermap da Kaspersky, mapa em tempo real das ciberameaças, acessado no dia 18 de maio de 2022, o Brasil é o 2º país que mais sofre ataques, só fica atrás da Rússia. Os ataques cibernéticos cresceram significativamente nos últimos dois anos, e o Brasil fechou 2021 entre os 10 países que mais sofreram com estas ameaças.

Por que o Brasil é tão visado?

Legislação ineficiente, impunidade a cibercriminosos, tamanho da população, população ativa na internet, mau uso da internet e falta de educação digital são alguns dos desafios para sair destas estatísticas.

O professor de direito digital de uma universidade afirma: “O Brasil é um dos maiores países do mundo em termos econômicos, de população, por isso estamos na linha de frente dos ataques. O que adianta atacar o Paraguai e afetar 2 milhões de pessoas enquanto aqui você ataca São Paulo e acerta quase 20 milhões? Não dá para comparar com Paraguai; somos uma das dez maiores economias do mundo, estaremos sempre sendo visados”.

E nos negócios, nas empresas? A falta de planejamento ao iniciar negócios sem a estrutura básica adequada: antivírus gratuitos e não corporativos, e-mails “não profissionais @gmail, @hotmail”, softwares piratas, site mal estruturado e rede não seguras.

Esse cenário é a nossa realidade atualmente, por isso devemos repensar nossos negócios.

Ele foi rapidamente do físico ao digital para sobreviver a pandemia?

Ele era pequeno e cresceu?

Qual o nível de aceitação de risco do negócio?

Quais as consequências, o impacto de um eventual vazamento ou sequestro de dados para o negócio?

Como devo planejar o quanto o meu negócio está disposto a investir em segurança, processos e políticas internas para combater e reduzir os ciberataques?

O que se pode concluir que as pessoas que utilizam a internet precisam ser educadas digitalmente, sejam elas adultas, idosas, crianças e adolescentes, e logo, o quanto antes. Preferencialmente antes do primeiro contato com a rede.

O país precisa de legislação mais dura e efetiva em relação a crimes digitais.

E as empresas independente do ramo e do tamanho, com o grande volume de informações, a praticidade de se comunicar e fazer negócios atualmente, devem investir em cibersegurança e treinamentos de parceiros e colaboradores. É compromisso social que organizações preocupadas devem adotar com integridade, respeito e privacidade. A cibersegurança tem como objetivo principal garantir a proteção de informações armazenadas e compartilhadas.

E como tratamos no conteúdo anterior e não custa reforçar: vazamento de dados, crimes cibernéticos, golpes e outros crimes digitais reduz a confiança de empresas e pessoas. Infelizmente é uma situação preocupante. Rohit Ghai, presidente da RSA, empresa americana de gerenciamento de riscos digitais disse: “uma empresa ética precisa fazer o que é certo, mesmo que ninguém esteja observando”.

Atualmente a cibersegurança faz parte do negócio das empresas e da vida das pessoas que utilizam a internet, assim como a privacidade e a transparência. Somente dessa forma os negócios se tornarão compartilhados e confiáveis. Ninguém está livre de riscos. Quanto mais serviços, produtos e tecnologias envolvidas, mais riscos. Precisamos de adequação, melhores práticas de segurança e estar conforme em relação a processos e procedimentos.

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